sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Um jeitinho especial exclusivamente dela

Já estava previsto escrever este post.
Ela que não pense que só estou escrevendo porque ela teve uma pequena crise de ciúmes hoje.
Nada disso!
Eu a adoro, ela sabe disso!
E não haveria porquê trocá-la por outro alguém.

Porém a essência do post seria te mostrar que por mais pessimista que você esteja e que as tempestades se aproximem, sempre existirão os amigos para te proteger em algum “guarda-chuva”.
E por mais egoísta que você acha que deve ser, esta não é a melhor solução.
Pois, nem sempre sozinho se vai a algum lugar.
Prefiro acreditar que tenho pessoas como Você na minha vida para sempre poder contar.
‘Você vem se tornando uma parte da minha existência, agora e sempre
Se a missão é dura
Juntos poderemos consertar nossos corações
Porque quando o sol brilhar
Nós brilharemos juntos
Tentarei está aqui sempre que você precisar
Pois, posso afirmar que somos amigos
E por mais que chova lá fora
Sei que ainda temos um ao outro
E se você quiser, pode ficar debaixo do meu guarda-chuva’

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

{ o amor em teu } Formato Mínimo

Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima

Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo

***

Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos gozaram rápido

Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida

***

O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela o súdito
Desenhou-se a história trágica

Ele enfim dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo a vítima

***

Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico

Para ele uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão a rubrica
______________________________

Poderia ser considerado um bom conto.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Procura-se por Alguém!

Ele procura por Alguém que talvez nem exista.
Ele procura por Alguém que te faça sorrir mesmo quando não estão juntos.
Ele não entende por que este Alguém não pode está na fila do cinema.
Mesmo assim ele continua a procurar.
Para onde ele deve ir?

Nada mais disso importa.
Será o destino ficar só?
Ele não duvida.
Ele ainda tenta encontrar Alguém nos braços de Ninguém.
É em vão.

Ele só quer aprender a amar.
Porém, isto deve ser difícil para uma pessoa fria e racional como ele.
Ele só quer sentir o que teus amigos sentem.
Gostaria de ter Alguém para poder dedicar as letras de Los Hermanos.

Ele pensa em já ter encontrado Alguém.
Entretanto, ele a deixou ir.
Ele percebe que tua pergunta mudou.
Pois “perguntas mudam, respostas não”.
Ele descobri que não pode aprender a amar, pois tem medo.
O medo deve ser a pior fraqueza do homem.
Ele é fraco.
Mas ele questiona-se:
- Sou fraco para amar ou sou fraco por não amar?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Desabafo

Hoje me sinto autoritário.
Então, não me venha com “xurumelas”.
E não me sinto dessa forma só por ter terem duvidado de mim ou por terem me enganado.
Ahh... como odeio quando duvidam de mim ou me enganam.
Entretanto, me sinto assim porque eu simplesmente odeio Fernando Collor.
Você pode está pensando “Mas Patinho Feio de onde você desenterrou este ressentimento?”.
Eu respondo, “sou obrigado a estudar ele, pois quero passar numa droga de prova que define meu futuro em mínimas horas.”
Já basta não ter começado o dia bem, pois mais uma coisa que odeio é que fiquem questionando as coisas que gosto.
E daí que eu simplesmente adoro e admiro o cinema nacional?
Se você não vê desse modo, sem problemas! Não estou aqui para contestar ou te convencer do contrário, mas por favor, ACEITE meu gosto.
O cinema no Brasil passou por uma fase realmente não muito boa, mas este quadro vem sendo mudado. O maior exemplo disso é o tão idolatrado “Cidade de Deus”.
Claro que temos nossos filmes ruim, eu mesmo não gostei de “Eu, tu e eles”, mas você vai me dizer que você nunca assistiu um filme estrangeiro que é muito ruim?
Eu poderia fazer uma lista aqui, mas eu acho que você tem que valorizar o bom e não o ruim.
Motivo qual valorizo o cinema brasileiro.
Porém, você pode não está entendendo a relação de Collor com o Cinema.
Me revolta responder que Collor extinguiu a chance de termos uma rede cinematográfica, já que ele acabou com a Embrafilme, o Concine, a Fundação do Cinema Brasileiro, o Ministério da Cultura, as leis de incentivo à produção, a regulamentação do mercado e até mesmo os órgãos encarregados de produzir estatísticas sobre o cinema no Brasil.
Sinto muito dizer que o povo brasileiro é marcado pela hipocrisia.
E quer saber de uma coisa mais irônica?
Sou obrigado a pegar um ônibus todos os dias que se chama Fernando Collor.

Como eu gostaria de está gritando em meio aquela juventude com caras pintadas



Embora, a única coisa que faço é escrever um irritante desabafo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Luxúria


Criava fantasias dentro de seu mundo rodeado por quatro paredes.
Guardava tudo para si.
Ninguém mais tinha conhecimento dos seus mais profundos desejos.
Era teu segredo.
Segredo compartilhado entre tua mente e teu corpo.

***

Entregou-se à libido.
Embora tenha teus medos, tua vontade sufoca.
E o que mais quer é ficar sem ar.

SentirTocarPegarBeijarAbraçarAcareciarAlcançaromáximoprazer.

A cada abraço, sentia-se à vontade.
A cada beijo, sentia-se mais insaciável.
A cada toque, conhecia teu corpo.
A cada sussurro...

- Ahh...


***


Meu bem você me dá água na boca

Vestindo fantasias, tirando a roupa

Molhada de suor

De tanto a gente se beijar

De tanto imaginar loucuras...

domingo, 23 de setembro de 2007

19 primaveras

Primavera ‘chegou’
E com ela meu amor
Quem me dera poder consertar tudo o que eu fiz

[...]

Primavera ‘chegou’
E com ela essa dor
Se alojou no meu peito devagar
A certeza do amor não me deixa nunca mais

Primavera brilhando em seu olhar
E o olhar que eu guardo na lembrança ainda traz a esperança de te ter ao meu ladinho numa próxima estação!

[...]

Primavera soprando pra um caminho mais feliz.
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Era uma vez a menina que tinha acabado de sair de um mundo azul, para um mundo vermelho vivo. Ela conheceu um moço, e foi feliz por um tempo porque achou que não havia enigmas. Estava enganada. Demorou tempo demais pra decifrar, quando achou a resposta a pergunta havia mudado. O tempo passou e outro enigma apareceu. Ela quis fingir que não havia pergunta, mas toda noite antes de dormir ouvia um alarme e uma luz se acendia em mensagens que diziam pouco, mas que forneciam respostas... Um dia ela resolveu arriscar. A resposta estava correta, e hoje apesar de em alguns momentos achar que está tudo errado ela sabe que está tudo certo. Porque perguntas mudam, respostas não. E o tempo um dia faz com que o questionário do amor acabe nos sendo favorável.

{ Pois a rosa que se esconde no cabelo mais bonito é um grito, quase um mito
Uma prova de amor! }

sábado, 22 de setembro de 2007

Tem que ter um bom amante!

Por que corta-se o 7?

Porque no preciso momento que Moisés anunciou os 10 mandamentos, quando chegou ao 7° disse:


- Não cobiçarás a mulher do próximo.

E todos em uníssono responderam:


- Corta o sete, o 7 é uma porcaria! Corta este 7!


E assim Moisés fez... e cortou o 7.
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Post em homenagem ao Dia do Amante.

Eu nem sabia que comemorava-se este dia, até receber um telefonema me parabenizando pelo dia.
Hum... me compliquei dizendo isto?

Quem sabe um dia explico esta história...

Termino este parafraseando Gaiola das Popozudas, com letras de incrível poesia:

"Tem que ter, tem que ter, tem que ter um BOM amante."

domingo, 16 de setembro de 2007

Existe Amor no Século XXI?

Estava pensando no que escreveria aqui hoje.
Até que me pego cantarolando a música ‘Amor no Séc. XXI’¹.
Então, por quê não escrever sobre o amor no tempo atual?
Mas, diga-se de passagem, esse tema é muito complexo e ainda mais para mim que não tem tanta sorte.
Vale lembrar também que não tenho sorte no jogo. { sorte no jogo, azar no amor }
Eu devo ter sorte em alguma coisa, mas ainda não descobri o quê.

***

Portanto, pensei em procurar uma imagem para ilustrar o texto.
Não achei nada que me agradasse.
Decidi perguntar a Srª. Cisne como ela ilustraria.
- Mãe, se a senhora fosse retratar o amor no século XXI através de uma imagem, qual seria?
- Que pergunta mais abstrata!!
- É tão difícil assim?
- Eu não colocaria imagem alguma. Pois não existe amor no século XXI.
- Êta, Minha Mãe! Que ceticismo!
- Aliás, eu colocaria a imagem de um parto. Pois só existe amor de mãe.

***

Agora me resta a dúvida.

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¹ Música de "Os Beagles"
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=214118789

sábado, 15 de setembro de 2007

Minha Falha

Só meus olhos registravam aquela cena.
De algum canto, vinham risos.
- Acorda, vagabundo!
Mas muitos permaneciam calado, entretanto eles não precisavam falar, dava para ler teus pensamentos através daqueles olhares.
Alguns estavam indignados por estarem presenciando aquilo, outros tinham um olhar de dó e os demais pareciam não se importarem.
Após os risos dos verdadeiros “carentes”, faz se um silêncio.
Todos pareciam estar questionando-se.
E eu começara a fazer o mesmo.
Meus problemas eram insignificantes comparado a situação daquele rapaz.
Minha angústia não é nada perto da fome que o aflige.
Meus planos para o futuro pareciam sumir diante de alguém que talvez nem tenha um futuro.
Ele acordou.
Não restava muita gente no ponto de ônibus, mas eu continuava ali.
- Você pode me ajudar? Tenho fome!
Isso me tocava, mas não fiz o que tinha de ser feito.
Só tinha o dinheiro do lanche e disse um “não” meio sem jeito.
O ônibus chegou.
Aposto que ninguém mais pensava no que acabara de ver.
Nesta tarde, eu nem lanchei.
Sinto-me arrependido pelo que não fiz.
Registro aqui o meu arrependimento.
Registro a minha falha.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Um conto ainda sem nome. { versão 0.2 }

Ele andava sem sentido, sem rumo.
Só tinha um desejo: irá conhecer o mundo.
Achara que tinha perdido tudo muito cedo. A mãe. A paz. A esperança.
Desde pequeno questionava sua vida.
- A que lugar pertenço?
Pensava nisto todas as manhãs ao acordar e era triste não saber responder tua própria pergunta.
Após achar que já haviam te tirado tudo, ele decide abri asas. Tinha a necessidade de explorar, pois a única coisa que o prendia a vida era uma busca por uma resposta.
***
Já andara muito, conheceu várias culturas e pessoas.
Mas ao conhecer outro lugar, já esquecera por onde havia passado, pois por mais belo que tudo parecesse, nada chamava tua atenção. Tudo era superficial.
***
Era uma noite fria.
Ele estava cansado.
Avistou uma hotelaria simples de aparência agradável, era tudo o que ele precisava.
Achou o quarto aconchegante. Não era o melhor que estivera, mas tinha um ar familiar. Há muito tempo não se sentia tão bem num lugar.
Começou a se acomodar e apesar do cansaço, sentia-se disposto a trabalhar em seu mais novo passatempo: fragrâncias.
Gostava do que fazia, não encarava como um trabalho e era uma das únicas coisas que o dava prazer.
Naquela noite, adormeceu que nem percebeu e ao acordar sentia-se bem, achara que poderia passar mais algumas horas naquele lugar.
Pela janela pôde ver que havia uma feira por perto, então decide dar um passeio.
Sente um doce cheiro que a cada momento é mais intenso.
Paralisado com esta descoberta, decide ir em busca da fonte de tal sensação.
Vê uma barraca de especiarias a sua frente e achara que ali estava tua fonte.
O cheiro era mais intenso.
Ele permanecia calado até perceber que uma bela moça o perguntava algo.
- O que deseja?
Tua voz era tão doce e intensa quanto aquele cheiro.
Ele decide levar um punhado de cravo e três incensos de canela.
Ela sorri e entrega o pedido.
Ele agradece e tenta se manter firme para desaparecer novamente.
Não tivera coragem de ir embora naquele dia. Nem ao menos tinha concentração para trabalhar, só ficara pensando naquela garota de sorriso encantador.
Ao contrário da noite anterior, ele não conseguia dormir.
Parece que aquele cheiro o entorpeceu.
Um outro dia vem surgindo, permanecera no mesmo lugar durante toda a madrugada.
O sol não havia aparecido naquela primeira manhã de inverno, porém algo acendia a chama de tua esperança.
Ele quer ver aquela garota novamente.
Ele sorria. Não conseguia omitir tua felicidade em revê-la.
- No que posso ajudar?
Ele se perdia a cada movimento de teus lábios.
Ele pedira o mesmo de antes, porém ao pegar a sacola, havia pego em tua mão também.
Ele precisava senti-la. Ele a sentia. Será que ela podia senti-lo também?
Senti-la não era suficiente. Ele desejara mais.
Pagou pela compra e despediu-se.
Ele agora tinha aquele cheiro em tua mão.
Mas não bastava. Em algum momento ele irá sumir, levando tua alegria.
Ele tem que eternizar este cheiro.
Ele tem que descobrir mais sobre ela.
Naquele momento a esperava terminar teu dia de trabalho para poderem conversar.
O dia ia acabando, ela estava voltando para tua casa.
Ele perdera a coragem de falar com ela.
- O que estava acontecendo comigo?
Ele não mais o reconhecia.
Ele estava diante da janela da garota que invadia teus pensamentos.
Ficara ali muito tempo apreciando-a.
Ela estava sentada em frente a janela, parecia perdida em pensamentos também.
Ela o viu.
Ele se assusta.
Ela o vê novamente.
Ele se aproxima da janela.
Ele percebe que ele deseja algo e abre a janela.
- Quer alguma coisa? No que posso te ajudar?
- Quero você! Você pode me ajudar?
Ela pareceu surpresa pelo que acabara de ouvir.
Ele sorri e pede que ela desça. Naquele momento ele não tinha noção da loucura que estava fazendo.
Ele adianta-se para encontrá-la na porta.
Ela o olha.
Ele agora observara ela perfeitamente.
Tinha cabelos longos pretos que contrastava com tua pele branca. Seus olhos castanhos tinham uma perfeita simetria com tua boca que deixava transparecer um sorriso tímido.
Ele pensava se isso havia sentido, pois tudo nela soava bem. Foi tudo perfeitamente elaborado.
Ela é delicada.
Ele aproxima-se com toda cautela e alisa os cabelos dela.
Ele cheira o pescoço dela e senti a alegria invadi teu peito novamente.
- Você cheira a canela!
Ela ri.
- Você cheira bem, mas não sei defini-lo.
- Crio fragrâncias e esta foi feita propriamente para mim.
Ele oferecera teu pescoço para que ela pudesse apreciar a fragrância dele.
Ela parecia nervosa, mas se entrega aquele cheiro convidativo.
Ele se aproxima dela devagar e sente algo diferente.
Ele a beija.
Encaixaram-se perfeitamente e ali ficaram beijando-se por algum tempo.
Não só teu cheiro era doce, teu gosto também.
- Quer dar uma volta comigo?
Ela respira fundo e aceita o convite.
Ele pega na mão dela e saem andando.
E conversaram sobre a vida.Ela contara a ele que sonhava estudar e se formar em medicina, queria ajudar os outros, mas que a família não tinha recursos para mandá-la para a escola.Ele disse a ela, que saíra de casa muito cedo, que decidira viajar e conhecer todo o mundo antes de tomar alguma decisão mais formal em sua vida.Eles sentaram perto do lago, e conversaram mais.Ele a beijou novamente, mas desta vez, fora diferente.Ambos sentiram que aquele beijo era um pedido de mais.
- Quer conhecer onde estou hospedado?
Ela aceita mais um convite.
Entraram pela porta do fundo da hotelaria e subiram até o quarto dele.
Ele abri a porta.
Ela agora conhecia teu pequeno quarto com aroma de cravo e canela.
- Desculpas pela bagunça, mas é que ela é necessária no meu dia-dia.
- Não tem problema!
Ele fez sinal para que ela sente.
- Feche os olhos!
Ela assim o fez.
Ele pega um vidrinho transparente com um líquido avermelhado que tinha o mesmo aroma adocicado do teu quarto.
- Posso abrir os olhos?
- Pode. Você gostou?
Ela balançou a cabeça em sinal de sim e sorriu.
- Estou fazendo esta fragrância para você nunca esquecer teu cheiro, pois quando te vi pela primeira vez na feira, foram estas especiarias que pareciam com você.
Ele, pele primeira vez, observara como ela ficava corada.
Com este pensamento, ele corou também.
Ele a olha intensamente.
Ela retribui o olhar.
Ele a beija. Um beijo quente, num ambiente que cheirava a cravo e canela. Nada mais importava.
Ele tocou a nuca dela e deixou que seus dedos passassem levemente entre uns fios que se encontravam por ali.
Ele sentiu arrepios.
Ele percebe e sorri ainda a beijando.
Através de teus dedos, ele quer decorar cada parte da face dela.
Ela deixa-se envolver.
As coisas aconteceram aos poucos.Ele retirou cada peça da vestimenta dela, uma a uma, sem pressa, como se eles possuíssem todo tempo do mundo.
Eles se amaram. Era a primeira vez dela. Ele já tivera outras experiências. Mas ela era única. Ele considerava aquela relação a tua primeira.
O dia amanheceu. Ela precisava ir. Deixando-o com um beijo na testa.
- Obrigada!
Ele continuava ali. Inerte. Pensativo.
Ele não sabia o que estava a acontecer com ele. Logo com ele que não acreditava no amor.
Mas ele também precisava ir. Já estivera naquele ali por muito tempo. Diferente dos lugares onde esteve, ele estava levando boas lembranças daquele lugar.
Ele se despede daquele povoado com um carinhoso olhar. Ele esperava que a garota que tanto o encantava pudesse senti-lo.
Ele se sentira bem naquele lugar, mas não poderia ficar. Ele ainda não conhecera o bastante e ainda não sabia a que lugar pertencia.
Ele se foi. Mas tinha algo pendente.
Alguns dias se passaram, ele ainda sonhava com ela. Ele acabara de terminar a fragrância. Agora ele precisava mandar para ela. Carinhosamente envia tua encomenda. Com ela, iria acompanhada um punhado de cravo, três incensos de canela e uma pequena carta.
“Das viagens que fiz, você foi a melhor de todas. Obrigado por me fazer feliz e me desculpe por não ter ficado, mas essa é a minha vida. Quando eu terminar de conhecer todo o mundo, eu te direi que já tomei a decisão mais formal da minha vida. À propósito, meu nome é Nac.”
***
Os anos se passaram. Ele ainda não conhecera o bastante. Mas teus questionamentos mudaram.
Ele ainda pensava naquela doce garota. Tudo lembrava ela.
Ele já andara tanto que não sabia mais onde estava. Tudo parecia familiar, principalmente aquele lago diante dele. Aquele lago o fez perceber que sempre esteve errado. Ele não mais precisava procurar o lugar onde pertencia, pois naquele exato momento ele percebeu que procurava a quem pertencia. E foi simples responder tua própria pergunta.
- Eu não pertenço a lugar algum. Pertenço a ela!
Quando se deu conta disso, foi quando sentiu uma fragrância muito boa no ar...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Um conto ainda sem nome. { versão 0.1 }

Ele era um viajante, estava ali no povoado de passagem.

Ela estava na feira, vendendo especiarias, com sua mãe, como sempre fizera.


Ele andava por entre as barracas quando parou na barraca dela.


Ela o olhou e ficou sem jeito ao ver aquele rapaz sedutor parado em frente a ela.


Perguntou-lhe o que desejava, ele continuo em silêncio, olhando a variedade que estava encima do pano. Enfim, olhou pra ela e pediu um punhado de cravo e 3 incensos de canela.


Ela sorriu ainda sem jeito, e pegou o que ele desejava, colocou em uma sacolinha e entregou a ele.


Ele agradeceu e saiu andando, logo desapareceu da vista dela.


O dia acabou, e logo após o jantar, ela subiu correndo pro seu quarto e sentou no baú que ficava em frente a janela. Ela ficara parte da noite olhando pela janela, pensando naquele homem misterioso que havia visto na feira naquela manhã. Já estava quase amanhecendo quando ela se deu conta que precisava descansar pois iria trabalhar o dia inteiro. Deitou-se, mas antes que pudesse perceber, sua mãe batia na porta do quarto, falando que precisava levantar, pois já estava tarde e elas ainda precisavam arrumar um lugar na feira, para armar sua barraca.


Ela olhou pela janela, não havia sol, naquele dia começara o inverno e ela nem tinha se dado conta. Vestiu sua roupa de frio e desceu as escadas correndo. Nem tomou café da manhã, pegou as sacolas com as especiarias, deu um beijo na testa do pai, e saiu correndo atrás de sua mãe que já estava um pouco adiante.


Chegaram à feira, encontraram um bom lugar ainda para colocar suas coisas, e começaram o dia ali sentadas a espera de algum freguês. E lá estava ele de novo, com aquele sorrisinho no rosto.


Ela quase pôde sentir o coração na garganta, ele a viu, sorriu para ela e parou em frente a barraca dela.


Ela levantou-se e perguntou no que podia ajudar, se controlava ao máximo para sua voz não sair tremida ou ele perceber que estava nervosa.


Ele pediu novamente um punhado de cravos e 3 incensos de canela, ela colocou tudo em uma sacolinha e entregou a ele. Ao pegar a sacola, ele segurou a mão dela, e a olhou por alguns segundos que para ela, fora a eternidade.


Ele pagou e saiu andando com a cabeça abaixada. De longe ela só conseguia ver o cachecol marrom dele sumindo na multidão.


Ela passou o dia apalpando e cheirando sua mão. Tinha um cheiro diferente, uma essência que ela nunca havia sentido.


O dia finalmente acabou e a cena se repetira, ela sentou-se no baú em frente a janela e ficou lá olhando. Não demorou muito para perceber um vulto na rua. No principio ficou assustada, mas depois imaginou que fosse só coisa da sua imaginação, que estava cansada, e que precisava dormir. Quando olhou novamente para rua, viu o vulto se aproximando e logo pode reconhecer aquela pessoa. Viu o cachecol marrom e achou que estivesse sonhando. Olhava insistentemente para baixo, quando ele se aproximou o máximo que pôde e ficou olhando para janela, como quem quisesse falar alguma coisa.


Ela abriu a janela e perguntou se ele queria alguma coisa, se ela podia ajudar em algo.


Ele disse que queria ela e perguntou-lhe se ela podia ajudar.


Ela não acreditou no que ouvia, os seus ouvidos estavam enganando-a.


Ela olhava pra ele.


Ele sorriu. E pediu para que ela descesse até a rua.


Ela não acreditava muito que aquilo estava acontecendo, mas pegou um cachecol, vestiu uma blusa de frio, se calçou e desceu as escadas pisando leve para que ninguém acordasse. Abriu a porta, e lá estava ele parado, a sorrir para ela.


Ele tinha os cabelos pretos, lisos, e uma mecha particular que caia sobre os olhos cor de mel , uma boca pequena, com dentes brancos e um sorriso que desconcentrava qualquer pessoa, era branco, e por conta do frio, estava com as bochechas coradas, ele era alto e forte, e parecia que quanto mais ia chegando perto dela, mas ela sentia que aquele homem tomava conta do corpo dela, sem nem ao menos tocá-la.


Ele se aproximou dela, e alisou os cabelos dela.


Ela podia sentir aquele cheiro que passara o dia todo sentindo em sua mãos, mas agora o cheiro era mais forte, estava misturando-se ao seu cheiro.


Ele cheirou o pescoço dela, e riu. Disse que ela cheirava a canela. Exatamente como ele havia pensado.


Ela riu e disse que ele cheirava bem, mas que ela não conseguira definir o que era.


Ele disse que criava fragrâncias e que aquela havia sido feita para ele. Não falou o que continha na fragrância, mas lhe mostrou o pescoço, e perguntou se ela queria sentir mais de perto o perfume.


Ela ficou tensa, não sabia como reagir, mas não conseguiu se controlar. Cheirou o pescoço dele, fechou os olhos e viajou naquele cheiro. Enquanto ela cheirava,ele devagar se aproximara da boca dela, e a beijou.


Ela nunca havia beijado ninguém, mas parecia que a boca dele fora feita para dela. Encaixaram-se perfeitamente e ali ficaram beijando-se por algum tempo.


Ele perguntou se ela queria dar uma volta com ele.


Ela olhou para porta de casa, respirou fundo e disse que sim.


Ele saiu andando de mãos dadas com ela. E conversaram sobre a vida.


Ela contara a ele que sonhava estudar e se formar em medicina, queria ajudar os outros, mas que a família não tinha recursos para mandá-la para a escola.


Ele disse a ela, que saíra de casa muito cedo, que decidira viajar e conhecer todo o mundo antes de tomar alguma decisão mais formal em sua vida. Eles sentaram perto do lago, e conversaram mais.


Ele a beijou novamente, mas desta vez, fora diferente.Ambos sentiram que aquele beijo era um pedido de mais.


Ele a convidou para conhecer onde ele estava hospedado, ela aceitou. Entraram pela porta do fundo da hotelaria, e subiram até o quarto dele. Da escada ela sentira um cheiro forte de canela e cravo.


Ela riu lembrando de como ele aparecera do nada na barraca dela para comprar aquelas especiarias.


Ele abriu a porta. Era um quarto pequeno, com algumas roupas espalhadas e alguns vidros e algumas especiarias em um cantinho iluminado por uma luz avermelhada.


Ela entrou e ficou parada perto da porta, ele pegou as roupas espalhadas e jogou todas em um mesmo canto.


Ele pediu desculpas pela bagunça, mas alegou que aquela bagunça era necessária no dia-a-dia dele.


Ela riu e disse que não tinha problema, ela não se incomodava com a bagunça.Ele a convidou para se sentar.


Ela sentou na ponta da cama, ele olhou para ela e pediu para que fechasse os olhos.


Ela assim o fez. Pouco tempo depois sentiu um aroma muito bom, o mesmo que sentira nas escadas, um mistura adocicada de cravo e canela.


Ela sentiu o aroma muito próximo e perguntou se já podia abrir os olhos.


Ele disse que sim, ele segurava um vidrinho transparente com um líquido avermelhado, ele perguntou se ela gostara do cheiro.


Ela balançou a cabeça, em sinal de sim, e sorriu.


Ele disse que estava fazendo aquela fragrância pra ela, para que nunca se esquecesse do cheiro dela, porque para ele, no momento em que a viu pelo primeira vez da feira, foi essas as especiarias com que ela se parecia.


Ela corou novamente e percebeu que ele também estava com as bochechas coradas.


Ele a olhou novamente, intensamente, e ela retribuiu o olhar.


Ele a beijou, um beijo quente, em um ambiente diferente, com cheiro de cravo e canela e nada mais importava para eles.


Ele tocou a nuca dela e deixou que seus dedos passassem levemente entre uns fios que se encontravam ali.


Ela sentiu um arrepio, e ele sorriu ainda a beijando.


Ele levantou, desenrolou o cachecol do pescoço, e tirou a blusa de frio, permanecendo apenas com uma camisa de algodão branca. Sentou-se novamente e a contemplava, passou levemente os dedos pela face dela, como se decorasse cada parte.


Ela já não hesitava, fechou os olhos e deixou-se envolver por aquele desconhecido. As coisas aconteceram aos poucos.


Ele retirou cada peça da vestimenta dela, uma a uma, sem pressa, como se eles possuíssem todo tempo do mundo.


Ela se encantava a cada sorriso, cada gesto dele. Enfim, se amaram. Fora a primeira vez dela, e parecia que ele fazia de tudo, para parecer a primeira vez dele também, mas isso não importava para ela.


O dia amanheceu, e ela sabia que tinha que voltar pra casa, deu um beijo na testa dele, e balbuciou um obrigada.Vestiu-se, pegou seu cachecol, passou um pouco da fragrância dele. Quando estava no meio da rua, sentiu o coração palpitar mais forte, o vento estava congelante, mas ela não se incomodava. O rosto estava totalmente vermelho, e ela sorria, sorria o tempo todo. Entrou em casa, estavam todos à mesa, esperando por ela.


Ela disse um bom dia, pediu à mãe que a esperasse pois já desceria para que pudessem ir trabalhar, subiu para o quarto. Sentou na cama, e pensou em tudo que havia acontecido. Cheirou o cachecol para ter certeza que não estava sonhando.O cheiro dele penetrou-lhe as narinas e ela sorria, feliz por tudo que havia acontecido. Enfim, desceu com a mãe para a feira, e esperava ansiosamente por aquele desconhecido, por aquele sorriso que alegrava seus dias de trabalho.Mas ele não aparecera aquele dia, nem no seguinte, nem no outro...


Ela não ficou triste, ela sentava-se todos os dias na sua janela e lembrava daquele estranho que marcara para sempre sua vida. Alguns dias depois recebeu uma encomenda, pegou a encomenda, e subiu correndo para seu quarto, quando abriu a embalagem, pôde ver que se tratava de uma caixinha marrom, abriu para ver o que havia dentro, e sorrira. Gargalhava de felicidade, dentro da caixa havia um perfume que tinha o cheiro dele, um punhado de cravos, 3 incensos de canela, e um envelope, abriu o envelope e leu a carta:


' Das viagens que fiz você foi a melhor de todas. Obrigado por me fazer feliz e me desculpe por não ter ficado, mas essa é a minha vida, quando eu terminar de conhecer todo o mundo, eu te direi que já tomei a decisão mais formal da minha vida. À propósito, meu nome é Nac.'


***


Os anos passaram, e ela sorria e andava pelas ruas do vilarejo feliz com seu filho no colo... Alguns a olhavam de cara feia, a consideravam louca de ter se entregado a um desconhecido, mas ela não se importava com o que diziam. Um dia ela estava sentada na beira do lago, relembrando como aquele homem havia mudado sua vida, e a feito se sentir única, foi quando sentiu uma fragrância muito boa no ar...
____________________________
autora: Viviane Heleno

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O Patinho Feio



Uma patinha que teve quatro patinhos muito lindos, porém quando nasceu o último, a patinha exclamou espantada:
- Meu Deus, que patinho tão feio!
Quando a mãe pata nadava com os filhos, todos os animais da quinta olhavam para eles:
- Que pato tão grande e tão feio!
Os irmãos tinham vergonha dele e gritavam-lhe:
- Vai-te embora porque é por tua causa que toda a gente está a olhar para nós!
Afastou-se tanto que deu por si na outra margem. De repente, ouviram-se uns tiros. O Patinho Feio observou como um bando de gansos se lançava em voo. O cão dos caçadores persegui-o furioso.
Conseguiu escapar do cão mas não tinha para onde ir, não deixava de andar. Finalmente o Inverno chegou. Os animais do bosque olhavam para ele cheios de pena.
- Onde é que irá o Patinho Feio com este frio?
Não parava de nevar. Escondeu-se debaixo de uns troncos e foi ali que uma velhinha com um cãozinho o encontrou.
- Pobrezinho! Tão feio e tão magrinho!E levou-o para casa.
Lá em casa, trataram muito bem dele. Todos, menos um gatinho cheio de ciúmes, que pensava: "Desde que este patucho está aqui, ninguém me liga".
Voltou a Primavera. A velha cansou-se dele, porque não servia para nada: não punha ovos e além disso comia muito, porque estava a ficar muito grande. O gato então aproveitou a ocasião.
- Vai-te embora! Não serves para nada!
A nadar chegou a um lago em que passeavam dois belos cisnes que olhavam para ele. O Patinho Feio pensou que o iriam enxotar. Muito assustado, ia esconder a cabeça entre as asas quando, ao ver-se reflectido na água, viu, nada mais nada menos, do que um belo cisne que não era outro senão ele próprio.
Os cisnes desataram a voar e o Patinho Feio fugiu atrás deles. Quando passou por cima da sua antiga quinta, os patinhos, seus irmãos, olharam para eles e exclamaram:
- Que cisnes tão lindos!
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Por mais belo que pareça, continuo sendo Patinho Feio.